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domingo, 24 de agosto de 2014

Beijos Pela Noite

Beijos Pela Noite
Carlos Lacerda, Jorge Amado e Dorival Caymmi

Foi em um encontro especial de vários amigos, em uma aprazível fazenda de propriedade de Carlos Lacerda chamada Quindins, em Vassouras, estado do Rio de Janeiro, que seria criada uma canção envolvendo parceiros improváveis.

Dorival Caymmi já iniciava sua carreira de grande compositor, já o escritor Jorge Amado e o político e jornalista Carlos Lacerda, entretanto, não tinham histórico musicais.

Talvez a beleza do ambiente e o papo agradável do grupo de amigos presentes, entre eles os jornalista Samuel Wainer e Otávio Malta, além de alguns aperitivos a mais, propiciaram, naquela noite enluarada, a criação da música "Beijos Pela Noite", uma comovente seresta, nas palavras de Fernando Lobo "música saída das confraternizações entre amigos, das emoções e das carências de pessoas sensíveis como Jorge AmadoDorival Caymmi e Carlos Lacerda".

A história do memorável encontro foi contada por Dorival Caymmi com detalhes no livro "Dorival Caymmi - O Mar e o Tempo", escrito por Stela Caymmi:

"... À noite, na varanda, [...] ocorreu a nós uma brincadeira. [...] Samuel tentou entrar com um verso ali, uma frase, uma coisa qualquer, mas não colou. A censura era entre eles, os letristas. Eu entrei com a melodia logo fácil e dei a partida na letra: 'aqui o teu corpo nos meus braços'.
Aí entrou Jorge 'nossos passos pela estrada, nossos beijos pela noite, e a lua'.
Quando cantei 'aqui...' estava com Quindins na cabeça, a ideia do lugar e sua beleza. Ocorreu tudo ao mesmo tempo. A gente nunca soube direito de quem partiu cada frase, se foi Malta, Samuel, Jorge ou Lacerda.Mas tem um pedaço que é bem Carlos Lacerda: 'Nosso amor adolescente poderá recomeçar'.
Todos davam palpites, mas os autores da letra mesmo foram Jorge Amado e Carlos Lacerda. O título 'Beijos Pela Noite' foi colocado depois. Jorge era o escriba da letra."

Para conhecer mais sobre a vida e obra de Jorge AmadoCarlos LacerdaDorival Caymmi Samuel Wainer, visite o blog Famosos Que Partiram.



Beijos Pela Noite

Aqui, o teu corpo nos meus braços,
nossos passos pela estrada,
nossos beijos pela noite.
E a Lua, pelos campos minha amada,
pelos bosques, pelas águas,
acompanha o nosso amor.

Hoje, já passado tanto tempo,
pela noite escura e triste,
pelas frias alamedas.
A chuva apaga a marca dos teus passos,
no caminho abandonado,
a saudade é o meu luar.

Aqui, o teu corpo nos meus braços,
nossos passos pela estrada,
nossos beijos pela noite.
E a Lua, pelos campos minha amada,
pelos bosques, pelas águas,
acompanha o nosso amor.

Um dia sentirás a mocidade,
no teu corpo fatigado,
da saudade dos caminhos.
E então, sobre a lembrança dos meus beijos,
nosso amor adolescente poderá recomeçar.

Aqui, o teu corpo nos meus braços,
nossos passos pela estrada,
nossos beijos pela noite.
E a Lua, pelos campos minha amada,
pelos bosques, pelas águas,
acompanha o nosso amor.

domingo, 6 de julho de 2014

Maracangalha

Maracangalha
Dorival Caymmi
1955

Poucas músicas de Dorival Caymmi são tão conhecidas quanto "Maracangalha". Na verdade, trata-se de uma letra simples, uma melodia também simples, que faz da música uma daquelas que parece ter sido feita desde sempre... Stella Caymmi, neta do compositor, contou assim a história da música, no seu livro "Dorival Caymmi: O Mar e o Tempo":

"O samba foi feito na tarde do dia 29 de julho de 1955, uma sexta-feira, em São Paulo, enquanto pintava um auto-retrato, em seu apartamento. De repente, veio em sua mente uma frase de Zezinho, seu amigo de infância em Salvador: 'Eu vou pra Maracangalha'.
Dorival Caymmi se lembra: 'Toda vez que eu dava a ideia dele vir ao Rio de Janeiro, ele desconversava. Isso me intrigava'. Mas logo depois o amigo se abriu. Zezinho tinha uma amante em Itapagipe, Áurea, e com ele tinha quatro filhos.
- Como é que você sustenta essa filharada? - O compositor perguntou espantado.
- Eu me viro. Respondeu Zezinho.
Mas Dorival Caymmi queria saber mais.
- Como é que você faz para vê-la sem que Damiana desconfie?
- Eu forjo um telegrama para mim mesmo e digo: 'Eu vou pra Maracangalha'. É lá que eu compro saco de encher açúcar para embarcar, e ela não desconfia. - Explicou Zezinho.
'Maracangalha' saiu por isso. Fiquei apaixonado pela sonoridade da palavra. Agradeço tanto a Zezinho" - Comentou Dorival Caymmi, revelando a fonte de sua inspiração."

Zezinho, além de sua esposa e família, possuía com uma amante, quatro filhos, que moravam em outra parte de sua cidade. A desculpa que ele usava para visitar a segunda família era enviando para si mesmo um telegrama, informando de negócios precisando de atenção na comunidade de Maracangalha, na Bahia.

Após voltar para sua família "oficial", Zezinho sempre trazia um saco de açúcar - ele trabalhava na usina da comunidade - como prova de onde havia ido.

Dorival Caymmi, intrigado com a poesia nesse subterfúgio de usar o nome da comunidade, compôs "Maracangalha" de uma só vez.

Para conhecer mais sobre a vida e obra de Dorival Caymmi, visite o blog Famosos Que Partiram.



Maracangalha

Eu vou pra Maracangalha eu vou.
Eu vou de uniforme branco eu vou.
Eu vou de chapéu de palha eu vou.
Eu vou convidar Anália eu vou.

Se Anália não quiser ir eu vou só,
eu vou só,
eu vou só.

Se Anália não quiser ir eu vou só,
eu vou só,
eu vou só sem Analia,
mais eu vou.

Eu vou pra Maracangalha eu vou
Eu vou de uniforme branco eu vou
Eu vou de chapéu de palha eu vou
Eu vou convidar Anália eu vou

Se Anália não quiser ir eu vou só,
eu vou só,
eu vou só.

Se Anália não quiser ir eu vou só,
eu vou só,
eu vou só sem Analia,
mais eu vou.

quinta-feira, 15 de maio de 2014

O Que é Que a Baiana Tem?

O Que é Que a Baiana Tem?
Dorival Caymmi
1938

"O Que é Que a Baiana Tem?" é uma canção composta por Dorival Caymmi em 1938 é uma das músicas mais conhecidas da carreira de Carmen Miranda, foi eternizada como um hino da Bahia quando a artista luso-brasileira interpretou este samba no filme "Banana da Terra" (1939), de Wallace DowneyDorival Caymmi fez sua estréia na Rádio Tupi  em 1938 cantando esse samba de sua autoria e o mesmo foi gravado em 1939 em dueto com Carmen Miranda

Basicamente, a letra da canção fala sobre a tradicional vestimenta das mulheres negras e mestiças da Bahia, conhecida como "baiana", que é composta de saia comprida muito rodada, brincos e balangandãs. Esta vestimenta inspirou os tão reconhecidos trajes de Carmen Miranda.

A produtora dos filmes de Wallace Downey comprou os direitos da música "O Que é Que a Baiana Tem", já que Ary Barroso, no auge de sua carreira, cobrou muito caro pelos direitos de "Tabuleiro da Baiana".

Dorival Caymmi, Carmen Miranda e Assis Valente, na Rádio Mayrink Veiga
As músicas inicialmente escolhidas para o filme seriam "Boneca de Piche" e "Na Baixa do Sapateiro" ambas de Ary Barroso, mas por questões financeiras foram retiradas e substituídas por "O Que é Que a Baiana Tem?"

Dorival Caymmi ganhou fama e Carmen Miranda estourou mundialmente.

Em 2009, a canção foi regravada pela cantora baiana Daniela Mercury para seu álbum "Canibália".

Outras versões conhecidas foram interpretadas por Clara Nunes, Daniela Mercury, Ivete Sangalo, Ney Matogrosso, Margareth Menezes, Carolina Cardoso de Menezes, Lana Bittencourt, Rita Lee dentre outros cantores.

Para conhecer mais sobre a vida e obra de Dorival Caymmi visite o blog Famosos Que Partiram.



O Que é Que a Baiana Tem?

O que é que a baiana tem? 
O que é que a baiana tem?
Tem torço de seda, tem!
Tem brincos de ouro, tem! 
Corrente de ouro, tem!
Tem pano-da-Costa, tem! 
Tem bata rendada, tem!
Pulseira de ouro, tem! 
Tem saia engomada, tem!
Tem sandália enfeitada, tem! 
E tem graça como ninguém!
 Como ela requebra bem!

Quando você se requebrar caia por cima de mim 
Caia por cima de mim 
Caia por cima de mim 
O que é que a baiana tem? 
O que é que a baiana tem? 

Tem torço de seda, tem!
Tem brincos de ouro, tem! 
Corrente de ouro, tem!
Tem pano-da-Costa, tem! 
Tem bata rendada, tem!
Pulseira de ouro, tem! 
Tem saia engomada, tem!
Sandália enfeitada, tem! 
Só vai no Bonfim quem tem 
O que é que a baiana tem?
Só vai no Bonfim quem tem 

Um rosário de ouro, uma bolota assim 
Quem não tem balangandãs não vai no Bonfim 
Um rosário de ouro, uma bolota assim 
Quem não tem balangandãs não vai no Bonfim 
Oi, não vai no Bonfim 
Oi, não vai no Bonfim 
Um rosário de ouro, uma bolota assim 
Quem não tem balangandãs não vai no Bonfim 
Oi, não vai no Bonfim 
Oi, não vai no Bonfim

Quando você se requebrar caia por cima de mim 
Caia por cima de mim 
Caia por cima de mim 
O que é que a baiana tem? 
O que é que a baiana tem?

Um rosário de ouro, uma bolota assim 
Quem não tem balangandãs não vai no Bonfim 
Um rosário de ouro, uma bolota assim 
Quem não tem balangandãs não vai no Bonfim 
Oi, não vai no Bonfim 
Oi, não vai no Bonfim 
Um rosário de ouro, uma bolota assim 
Quem não tem balangandãs não vai no Bonfim 
Oi, não vai no Bonfim 
Oi, não vai no Bonfim


Fonte: Wikipédia

terça-feira, 26 de março de 2013

Modinha Para Gabriela

Modinha Para Gabriela
Dorival Caymmi
1975

"Modinha Para Gabriela" é uma canção composta por Dorival Caymmi em 1975, e que ficou notabilizada na voz de Gal Costa.

Contrariando seus hábitos, o cantor e compositor baiano Dorival Caymmi concordou em fazer por encomenda o tema de abertura da telenovela "Gabriela", produzida e exibida pela Rede Globo em 1975 e baseada no romance "Gabriela, Cravo e Canela", de Jorge Amado.

A letra e a música foram compostas no apartamento de Dorival Caymmi, em Copacabana, Rio de Janeiro, de uma única sentada, na tarde de 12/03/1975. A letra descreve a liberdade de espírito da protagonista, interpretada pela atriz Sônia Braga, e suas principais características.

Gal Costa foi escolhida para interpretar a canção-tema, que se tornou um grande sucesso na carreira da cantora baiana. O grande sucesso produzido por "Modinha Para Gabriela" inspiraria o álbum "Gal Canta Caymmi", contendo apenas composições de Dorival Caymmi e lançado em 1976.

Para conhecer mais sobre a vida e obra de Dorival Caymmi e Jorge Amado, visite o blog Famosos Que Partiram.



Modinha Para Gabriela

Quando eu vim para esse mundo,
Eu não atinava em nada
Hoje eu sou Gabriela
Gabriela, iê... Meus camarada!

Eu nasci assim, eu cresci assim,
E sou mesmo assim, vou ser sempre assim:
Gabriela, sempre Gabriela!
Quem me batizou, quem me nomeou,
Pouco me importou, é assim que eu sou
Gabriela, sempre Gabriela!

Quando eu vim para esse mundo,
Eu não atinava em nada
Hoje eu sou Gabriela
Gabriela, iê... Meus camarada!

Eu nasci assim, eu cresci assim,
E sou mesmo assim, vou ser sempre assim:
Gabriela, sempre Gabriela!
Quem me batizou, quem me nomeou,
Pouco me importou, é assim que eu sou
Gabriela, sempre Gabriela!

Eu sou sempre igual não desejo o mal
Amo o natural, etc e tal.
Gabriela, sempre Gabriela!

Eu nasci assim, eu cresci assim,
E sou mesmo assim, vou ser sempre assim:
Gabriela, sempre Gabriela!
Quem me batizou, quem me nomeou,
Pouco me importou, é assim que eu sou
Gabriela, sempre Gabriela!

Eu sou sempre igual não desejo o mal
Amo o natural, etc e tal.
Gabriela, sempre Gabriela!



Fonte: Wikipédia