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quarta-feira, 3 de abril de 2013

Samba de Uma Nota Só

Samba de Uma Nota Só
Tom Jobim e Newton Mendonça
1954

"Samba de Uma Nota Só" foi composta por Newton Mendonça em 1954 e só foi concluída, em parceria com Tom Jobim, em 1959. Na verdade, Tom Jobim relutou, por um bom tempo, em completar o que ele chamava de "sambinha", só terminando a música após muita insistência de Newton Mendonça.

"Samba de Uma Nota Só" é reconhecida como a segunda música brasileira mais gravada no mundo, depois de "Garota de Ipanema" e é considerada, no livro "Caminhos Cruzados: A Vida e a Música de Newton Mendonça", "o caso mais perfeito de ajustamento entre letra e música".

A letra em inglês, "One Note Samba", foi escrita por Tom Jobim.

Seu título refere-se à linha principal da melodia, no qual primeiro consiste em uma longa série de notas tocadas em um mesmo tom, no ritmo da bossa nova, geralmente D, tocado na chave de G. Os primeiros oito compassos consistem em D, seguidos por quatro compassos de G, e por fim quatro compassos de D. Aí depois segue-se quatro compassos de melodia mais variada.

A canção ficou bem conhecida depois de atingir uma vasta audiência através do LP de bossa nova "Jazz Samba" (Getz / Byrd Jobim) de 1962, ganhador do Grammy, e que alcançou o primeiro lugar no Billboard 200 em 1963.

Regravações Notáveis

  • 1960 - Sylvia Telles (Amor Em Hi-Fi)
  • 1962 - Stan Getz e Charlie Byrd (Jazz Samba)
  • 1962 - Quincy Jones (Big Band Bossa Nova)
  • 1963 - Tom Jobim (The Composer Of Desafinado, Plays)
  • 1963 - Eydie Gormé (Blame It On The Bossa Nova)
  • 1965 - Percy Faith (Latin Themes For Young Lovers)
  • 1965 - June Christy (Something Broadway, Something Latin)
  • 1966 - Sérgio Mendes (Herb Alpert Presents Sérgio Mendes & Brasil '66)
  • 1967 - Frank Sinatra e Tom Jobim (Sinatra & Company)
  • 1967 - Perrey And Kingsley (Kaleidoscopic Vibrations: Spotlight On The Moog)
  • 1973 - Barbra Streisand (Barbra Streisand And Other Musical Instruments)
  • 1981 - Ella Fitzgerald (Ella Abraça Jobim, Pablo)
  • 1996 - Stereolab Herbie Mann (Red Hot + Rio)
  • 1998 - Bossacucanova (Revisited Classics)
  • 1998 - Stereolab (Aluminum Tunes)
  • 1998 - Bebel Gilberto e Vinicius Cantuaria (Next Stop Wonderland)
  • 2000 - Eumir Deodato & Barbara Mendes (Bossa Nova - Filme)
  • 2001 - Al Jarreau (Expressions)
  • 2006 - Olivia Ong (A Girl Meets Bossa Nova 2)
  • 2008 - The Postmarks (By The Numbers)

Para conhecer mais sobre a vida e obra de Tom Jobim Newton Mendonça visite o blog Famosos Que Partiram.



Samba de Uma Nota Só

Eis aqui este sambinha feito numa nota só
Outras notas vão entrar mas a base é uma só
Esta outra é conseqüência do que acabo de dizer
Como eu sou a conseqüência inevitável de você

Quanta gente existe por aí que fala tanto e não diz nada
Ou quase nada
Já me utilizei de toda a escala e no final não sobrou nada, não deu em nada

E voltei pra minha nota como eu volto pra você
Vou contar com a minha nota como eu gosto de você
E quem quer todas as notas: ré, mi, fá, sol, lá, si, dó
Fica sempre sem nenhuma
Fique numa nota só

E quem quer todas as notas: ré, mi, fá, sol, lá, si, dó
Fica sempre sem nenhuma
Fique numa nota só


Fonte: Wikipédia

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Rosa de Hiroshima

Rosa de Hiroshima
Letra de Vinícius de Moraes
Música de Gerson Conrad
Ano da Letra: 1954
Ano da Música: 1973

"Rosa de Hiroshima" é um poema de Vinícius de Moraes, musicado por Gerson Conrad na canção "Rosa de Hiroshima" da banda Secos & Molhados. Fala sobre a explosão atômica de Hiroshima. O poema alude aos bombardeamentos de Hiroshima e Nagasaki ocorridos na Segunda Guerra Mundial.

"Rosa de Hiroshima" foi lançada no ano de 1973, no disco de estreia do grupo. Foi a única canção creditada a Gerson Conrad no álbum. A canção é um grito pacifista e anti-nuclear, lançada em plena ditadura no Brasil. Foi apresentada ao vivo no espetáculo histórico do grupo no Maracanãzinho em meados de 1974.

A música foi a décima terceira mais executada nas rádios brasileiras no ano de 1973. Em 2009, a revista Rolling Stone brasileira listou "Rosa de Hiroshima" como a número 69 entre "As 100 Maiores Músicas Brasileiras".

Outras Versões

A canção foi lançada em uma versão ao vivo em "Secos & Molhados - Ao Vivo no Maracanãzinho", em 1974. Ney Matogrosso regravou, e apresentou ao vivo esta canção em carreira solo. Arnaldo Antunes regravou esta canção para o disco "Assim Assado - Tributo ao Secos & Molhados" que comemorava os 30 anos do Secos & Molhados, lançado em 2003.

Análise do Poema

Na primeira parte do poema, os versos são formados por cinco sílabas, tendo começos e fins definidos por consoantes que os separam. Além disso, a primeira sílaba é sempre tônica para marcar o começo de um novo verso. Perceba:

Pen sem nas cri an/ ças
Mu das te le pá/ ticas

Isso dá um ritmo mais cadenciado à leitura dos versos, como que criando fotos e dando tempo para que o leitor realmente "se lembre" das imagens que o poeta quer passar e reflita. Cada par de versos, uma foto.

Então chegamos aos versos que ficam ao meio do poema:

Mas, oh, não se esqueçam / Da rosa da rosa

Até aí, as imagens eram sobre as consequências da bomba atômica e sua radioatividade. Agora, ele pede que nos lembremos da bomba, em si, simbolizada pela rosa em alusão à flor de dejetos e fumaça que a bomba criou. E, a partir daí, o poema muda.

Os versos passam a ter seis sílabas e todos fazem parte de uma única imagem - a da bomba  portanto, devem ser interligados. Como fazer isso? Produzindo uma sinérese entre vocábulos e versos (ligando duas vogais, a do fim da última palavra de um verso com a do início do próximo verso, num fonema só). Por isso desde o início da nova foto, "Da rosa de Hiroshima", todos os versos são terminados em vogal e iniciados com outra. Veja:

Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida

O poema termina com uma última parte, com dois versos, novamente em redondilha menor (cinco sílabas) e iniciados em consoantes:

Sem cor sem perfume / Sem rosa, sem nada

Mostram novamente, as consequências da bomba, deixando o local desabitado, sem vida.


Publicações

  • Antologia Poética
  • Poesia Completa e Prosa: "Nossa Senhora de Los Angeles"
  • Poesia Completa e Prosa: "Cancioneiro"


Rosa de Hiroshima

Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas, oh, não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada