terça-feira, 22 de outubro de 2013

Quem Sabe?

Quem Sabe?
Música de Carlos Gomes
Letra de Bittencourt Sampaio
1859

"Quem Sabe?" é uma das maiores pérolas do cancioneiro popular. Foi composta pelo maestro Carlos Gomes. Com letra do jornalista Bittencourt Sampaio, é uma de suas mais famosas composições até hoje, gravada com sucesso por Francisco Petrônio e Dilermando Reis, tendo sido incluída na trilha sonora da telenovela "Senhora", produzida pela TV Globo em 1975 e inspirada no romance homônimo de José de Alencar.

"Quem Sabe?" embalou centenas e centenas de saraus pelo Brasil. A melodia é de uma suavidade impressionante. A letra é delicada. Tudo nela é sonoro.

Em 1859, o Brasil ainda era um Império, regido por Dom Pedro II, que tinha 39 anos. Nesse ano, Antônio Carlos Gomes compôs "Quem Sabe?", uma das primeiras e mais famosas modinhas. Carlos Gomes tinha somente 23 anos quando compôs "Quem Sabe?". Era órfão de mãe, que havia sido assassinada, e criado pelo pai, com muitas dificuldades.

A época de Carlos Gomes foi onde o Nacionalismo e o Romantismo davam o tom das obras literárias e musicais. Os ídolos de Carlos Gomes foram Giuseppe Verdi e Almeida Garrett. O Romantismo tinha por características a melancolia e o pessimismo, o chamado "mal-do-século".

Na música "Quem Sabe?", há um verso, "dá a saudade agro tormento", que pode muito bem representar o pessimismo exacerbado que tomava conta das pessoas cultas, àquela época.

Para conhecer mais a obra de Carlos GomesFrancisco PetrônioDilermando ReisJosé de Alencar e Dom Pedro II citados neste texto, acesse o blog Famosos Que Partiram.



Quem Sabe?

Tão longe, de mim distante
Onde irá, onde irá o teu pensamento
Tão longe, de mim distante
Onde irá, onde irá o teu pensamento

Quisera saber agora
Quisera saber agora
Se esqueceste, se esqueceste
Se esqueceste o juramento

Quem sabe se és constante?
Se ainda é meu, teu pensamento
Minh'alma toda devora
Da saudade, da saudade agro tormento

Tão longe, de mim distante
Onde irá, onde irá o teu pensamento
Quisera saber agora
Se esqueceste, se esqueceste o juramento

Quem sabe se és constante?
Se ainda é meu teu pensamento
Minh'alma toda devora
Da saudade agro tormento

Vivendo de ti ausente
Ai meu Deus, ai meu Deus que amargo pranto
Vivendo de ti ausente
Ai meu Deus, ai meu Deus que amargo pranto

Suspiros, angustias, dores
Suspiros, angustias, dores
São as vozes, são as vozes
São as vozes do meu canto

Quem sabe? Pomba inocente
Se também te corre o pranto
Minh'alma cheia d'amores
Te entreguei já n'este canto

Vivendo de ti ausente
Ai meu Deus, ai meu Deus que amargo pranto
Suspiros, angustias, dores
São as vozes, São as vozes do meu canto

Quem sabe? Pomba inocente
Se também te corre o pranto
Minh'alma cheia d'amores
Te entreguei já n'este canto