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domingo, 4 de agosto de 2013

Cantores do Rádio

Cantores do Rádio
Alberto Ribeiro, Braguinha e Lamartine Babo
1936

A música "Cantores do Rádio" foi composta por Alberto Ribeiro, João de Barro, o Braguinha, e Lamartine Babo.

"Segundo o pesquisador Suetônio Soares Valença, a marcha 'Cantores do Rádio' foi composta dentro de um ônibus, depois de uma noitada em que os três haviam perdido todo o dinheiro apostado no Cassino da Urca. Entusiasmado com a canção concebida no banco de trás do lotação, o trocador teria dispensado-os dos vinténs da passagem."

"Cantores do Rádio" representou a primeira e única vez na qual as irmãs Carmen Miranda e Aurora Miranda apareceram juntas em um filme. Elas interpretaram a canção, enorme sucesso gravado em 1936, no filme "Alô, Alô, Carnaval".

Além de estar presente na trilha sonora do filme "Alô, Alô, Carnaval", esteve também na trilha do filme "Quando o Carnaval Chegar", interpretada por Chico Buarque, Maria Bethânia e Nara Leão (1972).



Cantores do Rádio

Nós somos as cantoras do rádio
Levamos a vida a cantar
De noite emabalamos teu sono
De manhã nós vamos te acordar

Nós somos as cantoras do rádio
Nossas canções, cruzando um espaço azul,
Vão reunindo
Num grande abraço
Corações de norte a sul

Canto pelos espaços afora
Vou semeando cantigas
Dando alegria a quem chora

Canto pois sei
Que a minha canção
Faz estancar a tristeza que mora
No teu coração

Canto pra te ver mais contente
Pois a ventura dos outros
É a alegria da gente

Canto e sou feliz só assim
E agora peço que cantem
Um pouquinho pra mim


segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Carinhoso

Carinhoso
Pixinguinha e João de Barro
1917

"Carinhoso" é uma música de 1917, autoria de Alfredo da Rocha Viana Filho (Pixinguinha) e letra de 1937,  autoria de Carlos Alberto Ferreira Braga (João de Barro ou Braguinha).

"Carinhoso" tem uma história que se inicia de forma inusitada, com o autor da música, Pixinguinha mantendo-a inédita por mais de dez anos. Sua justificativa, no depoimento que deu ao Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro em 1968:

"Eu fiz o 'Carinhoso' em 1917. Naquele tempo o pessoal nosso da música não admitia choro assim de duas partes, choro tinha que ter três partes. Então, eu fiz o 'Carinhoso' e encostei. Tocar o 'Carinhoso' naquele meio, eu não tocava... ninguém ia aceitar!".

O jovem Pixinguinha, então com 20 anos, não se atrevia a contrariar o esquema adotado nos choros da época, herdada da polca. Ele mesmo esclareceu, no depoimento, que "Carinhoso" era uma polca, polca lenta. "O andamento era o mesmo de hoje e eu classifiquei  de polca ou polca vagarosa. Mais tarde mudei para chorinho".

"Carinhoso" foi gravado, apenas instrumentalmente, em 1928, pela Orquestra Típica Pixinguinha-Donga. Sobre essa gravação, um crítico pouco versado em jazz publicou o seguinte comentário na revista Phonoarte (nº 11, de 15/01/1929):

"Parece que o nosso popular compositor anda sendo influenciado pelos ritmos e melodias do jazz. É o que temos notado, desde algum tempo e mais uma vez neste seu choro, cuja introdução é um verdadeiro foxtrot e que, no seu decorrer, apresenta combinações de música popular yankee. Não nos agradou".

Ainda sem letra, "Carinhoso" teria mais duas gravações apenas instrumentais. Apesar das três gravações e execuções em programas de rádio e rodas de choro, continuava até meados dos anos 30 ignorada pelo grande público.

Em outubro de 1936, um acontecimento iria contribuir de forma acidental para uma completa mudança no curso de sua história: encenava-se naquele mês no Teatro Municipal do Rio de Janeiro o espetáculo "Parada das Maravilhas", promovido pela primeira dama, Darcy Vargas, em benefício da obra assistencial "Pequena Cruzada".

Convidada a participar do evento, a atriz e cantora Heloísa Helena pediu a seu amigo Braguinha uma canção nova que marcasse sua presença no palco. Não possuindo nenhuma na ocasião, o compositor aceitou então a sugestão da amiga para que pusesse versos no choro "Carinhoso".

"Procurei imediatamente o Pixinguinha que me mostrou a melodia num dancing (o Eldorado) onde estava atuando. No dia seguinte entreguei a letra a Heloísa Helena, que muito satisfeita, me presenteou com uma gravata italiana."
(Braguinha)

Surgiu assim, escrita às pressas e sem maiores pretensões a letra de "Carinhoso", que se tornaria um dos maiores clássicos da Música Popular Brasileira a partir do momento que pode ser cantado.

Recebeu mais de duzentas gravações, desde a primeira, em 28/05/1937, cantada por Orlando Silva, o "Cantor das Multidões".

Para conhecer mais sobre a vida e obra de Pixinguinha e João de Barro, visite o blog Famosos Que Partiram.



Carinhoso

Meu coração, não sei por quê
Bate feliz quando te vê
E os meus olhos ficam sorrindo
E pelas ruas vão te seguindo,
Mas mesmo assim foges de mim.

Ah se tu soubesses
Como sou tão carinhoso
E o muito, muito que te quero.
E como é sincero o meu amor,
Eu sei que tu não fugirias mais de mim.

Vem, vem, vem, vem,
Vem sentir o calor dos lábios meus
À procura dos teus.
Vem matar essa paixão
Que me devora o coração
E só assim então serei feliz,
Bem feliz.

Ah se tu soubesses como sou tão carinhoso
E o muito, muito que te quero
E como é sincero o meu amor
Eu sei que tu não fugirias mais de mim

Vem, vem, vem, vem
Vem sentir o calor dos lábios meus a procura dos teus
Vem matar essa paixão que me devora o coração
E só assim então serei feliz
Bem feliz