sábado, 5 de julho de 2014

Nervos de Aço

Nervos de Aço
Lupicínio Rodrigues
1947

"Nervos de Aço" é a dor-de-cotovelo clássica composta por Lupicínio Rodrigues para sua noiva Inah. A música trata do sofrimento de alguém que vê o ser amado na companhia de outra pessoa.

Lupicínio Rodrigues fez essa música em homenagem a um grande amor que teve na vida, a mulata Inah, que teria sido sua primeira namorada, sua primeira noiva e também sua primeira desilusão amorosa. Lupicínio Rodrigues e Inah namoraram durante seis anos, e Lupicínio não se decidia em casar, até que eles terminaram e Inah terminou se casando com outro. Disse Lupicínio Rodrigues que ela foi a única mulata de sua vida... depois disso, só teve problemas com loiras.

Certo dia, Lupicínio Rodrigues viu Inah de braço dado com o marido, sentindo um choque tremendo, misto de ciúme, despeito, amizade ou horror. Ficou assim com uma tremenda dor-de-cotovelo de uma vida, que virou dor-de-cotovelo de muitas vidas.

A música é direta, sem firulas e fala de alguém que tem um amor e se vê diante desse amor junto com um "outro qualquer". O personagem desdenha do rival, e consagra a velha expressão, "pessoas com nervos de aço, sem sangue nas veias e sem coração", e dizendo que, talvez elas, ainda assim, reagiriam passando o que Lupicínio Rodrigues passara. E termina resumindo a sensação quando vê a moça... um desejo de morte ou de dor...

Nas próprias palavras de Lupicínio Rodrigues:

"'Nervos de Aço' é também uma das grandes "dor" de cotovelo. Essa é uma história muito complicada, quando eu fui noivo pela primeira vez e encontrei minha noiva de braços com um cidadão e ela me disse que se casaria com o primeiro sujeito que ela encontrasse, nem que tivesse que morrer de fome por causa deste ato. E eu então fiz esta música que intitula-se 'Nervos de Aço'".

Para conhecer mais sobre a vida e obra de Lupicínio Rodrigues, visite o blog Famosos Que Partiram.



Nervos de Aço

Você sabe o que é ter um amor, meu senhor,
ter loucura por uma mulher.
E depois encontrar esse amor, meu senhor,
nos braços de um outro qualquer.

Você sabe o que é ter um amor, meu senhor,
e por ele quase morrer.
E depois encontrá-lo em um braço,
que nenhum pedaço do meu pode ser.

Há pessoas com nervos de aço,
sem sangue nas veias e sem coração.
Mas não sei se passando o que passo,
talvez não lhes venha qualquer reação.

Eu não sei se o que trago no peito,
é ciúme, despeito, amizade ou horror.
Eu só sei é que quando a vejo,
me dá um desejo de morte ou de dor.

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